No crescente contexto de imigração associado aos processos de globalização e de mobilidade no espaço europeu e mundial, Portugal tem vindo a tornar-se um país cada vez mais multilingue e multicultural. A igualdade de oportunidades no acesso a uma vida com melhores condições, o combate à pobreza e a dignificação humana, em geral, passam pela plena escolarização das crianças e jovens. A literacia na língua oficial do país de acolhimento é crucial à inclusão, emancipação e qualidade de vida, desempenhando um papel central na prevenção da exclusão social e na promoção da justiça social, o que torna a aprendizagem da língua uma questão de direitos humanos que a todos diz respeito.
Esta obra visa proporcionar um espaço de reflexão das implicações pedagógico-didáticas e da formação de professores, trazidas pelo facto de a língua portuguesa não ser a língua materna para cerca de 14% da população estudantil nacional. Adicionalmente, e enquanto língua falada por cerca de 250 milhões de pessoas, a língua portuguesa assume um lugar de destaque no mundo, quer como instrumento de cultura, quer de inclusão social.
Esta realidade traz novos reptos aos processos de ensino e de aprendizagem do Português Língua Não Materna (PLNM) e, consequentemente, à formação de professores e à investigação que esta obra se propõe divulgar e/ou problematizar.