Sinopsis de CANÇOES DE BEBER: RUBA IYAT NA OBRA DE FERNANDO PESSOA
“Ao gozo segue a dor, e o gozo a esta.// Ora o vinho bebemos porque é festa,// Ora o vinho bebemos porque há dor.// Mas de um e de outro vinho nada resta”. Afogam-se mágoas, mergulham-se dores, partilham-se alegrias, deixam-se as tristezas submersas, afundam-se amores nas bebidas tomadas nos cafés e nas tabernas de Lisboa ao fim da tarde, no começo do século XX. Sente-se a melancolia de Pessoa nestes seus ruba’iyat, inspirados em Omar Khayyam (um matemático, filósofo e astrónomo persa que viveu entre 1048 e 1142 e fundou os ruba’iyat) e nos quais se observa o seu trabalho extraordinário na língua portuguesa, através do uso de formas métricas não habituais. Segundo Maria Aliete Galhoz, no prefácio a este livro, “A forma poética do ruba’iyat encerra uma métrica especial quantitativa, desconhecida na poesia árabe. O quarteto mede-se com a quantidade de sílabas (…) e não com o quantitativo de sílabas curtas e longas (...). Ainda hoje na poesia popular dos povos iranianos se usa o rubai”. Esperemos que aprecie as amarguras do poeta, sempre insatisfeito com a vida, agora reveladas nestas Canções de beber: “Cada dia me traz que ‘sperar/ O que dia nenhum poderá dar./ Cada dia me cansa da ‘sperança…/ mas viver é ‘sperar e se cansar”.
Ficha técnica
Editorial: Assirio & Alvim
ISBN: 9789723707526
Idioma: Portugués
Número de páginas: 123
Encuadernación: Tapa blanda
Fecha de lanzamiento: 10/04/2003
Año de edición: 2003
Plaza de edición: Lisboa
Especificaciones del producto
Escrito por Fernando Pessoa
Fernando Pessoa (Lisboa, Portugal, 1888-1935), escritor, crítico, dramaturgo, ensayista, traductor, editor y filósofo, fue una de las figuras literarias más importantes y complejas del siglo xx y uno de los grandes poetas en lengua portuguesa. Director y colaborador de varias revistas literarias, se ganó la vida como redactor de correspondencia extranjera para empresas comerciales, traductor y vendedor de horóscopos. Escribió en inglés (vivió en Suráfrica en sus años mozos) una parte de su obra, que se desplaza magistralmente de la vanguardia al clasicismo. Desdeñoso de la fama, propuso siempre lo que él llamó una “estética de la abdicación”, en la que incluía no sólo “la posibilidad de bienestar material” sino todo el sistema de relaciones humanas, desde el amor a la amistad, convencido de que el hecho divino de existir no debe asimilarse al hecho satánico de coexistir.