Jacinto Lucas PiresUma mulher suicida-se na casa-de-banho de sua casa. O marido, uma estrela internacional de música pop, costumava descrevê-la como "uma bailarina sem escola, sem auto-consciência". Impossibilitado de a voltar a ver, o marido isola-se num exercício de autocomplacência inevitável a qualquer indivíduo que experimente a morte. Disfarça-se para que ninguém o reconheça e parte à procura de memórias infantis. Carlos, jornalista português que vive no estado de Nova Jérsia, ambiciona escrever um livro sobre histórias verídicas que não podem ficar esquecidas. Um dia, seguindo uma pista de um grupo de actores que usa métodos secretistas para recrutar pessoas, deixa-se fascinar por Violet. Um músico e um jornalista. Duas pessoas que acabam por se cruzar graças a uma terceira personagem: um homem que passa os dias a representar como forma de defesa. E é neste universo masculino, se pensarmos que aqui as mulheres são seres extintos ou inacessíveis, que Jacinto Lucas Pires volta a surpreender com a sua escrita, semelhante a um argumento cinematográfico ou a um texto dramático, onde delineia inúmeros movimentos de câmara e didascálias, demonstrando sensibilidade e capacidade para narrar momentos de desespero.
En Azul Turquesa podemos encontrar los rasgos característicos del personal estilo de Pires, que algún crítico ha bautizado como Realismo Urbano Total, en el que bajo la descripción aparentemente fría, casi fenomenológica de la realidad que lo rodea, subyacen elementos subjetivos que la iluminan con hipótesis de interpretación. Una manera de escribir radicalmente unida a la vivencia cotidiana de una sociedad urbana, en la línea de otros jóvenes escritores portugueses como Pedro Paixao y Rui Zink.