Uma mulher é politicamente incorreta quando diz o que não se espera dela e, ainda mais, quando pronuncia uma verdade não admitida pela opinião pública, pelo felizmente acordado no consenso social.
Se alguém −é apenas um exemplo− insinuar que os poderes eleitos nem sempre nos representam ou que é preciso dedicar-se a sabotar as instituições, ou confiscar as igrejas para torná-las centros sociais, adota uma atitude subversiva que não encaixa no relato admitido pelos meios de in-comunicação. Nessa atitude rebelde lateja o desacato: para o modelo conservador, com as suas hierarquias e os seus interesses inconfessáveis, mas também para os pensamentos supostamente avançados, que se conformam com pôr remendos a um mundo que deve ser reduzido a cinzas.
A politicamente incorreta é pessoa incómoda, pode assumir-se. Se atuar assim, desta maneira selvagem e provocadora, é porque acha um prazer inusitado em meter o dedo no olho a quem enunciar verdades que devem ser aceites e repetidas até a saciedade numa realidade em perpétuo fluxo. Esse prazer, como todos, é dissidente. Ameaça. Procura exercer uma crítica radical contra o poder. Procura algo mais formoso do que o poder: a autenticidade.
Ficha técnica
Editorial: Atraves Editora
ISBN: 9788487305795
Idioma: Gallego
Encuadernación: Tapa dura
Fecha de lanzamiento: 03/12/2015
Año de edición: 2015
Especificaciones del producto
Escrito por Teresa Moure
Profesora titular de Lingüística General en la Universidad de Santiago de Compostela. Paralelamente, ha desarrollado una faceta literaria como novelista, dramaturga, ensayista y poeta en lengua gallega. Varias de sus obras de creación han sido traducidas al español (Hierba mora, Artes subversivas para cultivar jardines, Ostracia o Una madre tan punk) así como a otras lenguas. Con ellas ha ganado diversos premios (Premio de la Crítica de Narrativa Gallega 2005, Premio Álvaro Cunqueiro y Premio María Casares de Teatro en 2009 o Premio Ramón Piñeiro de Ensayo en 2005 y en 2012). En Los Libros de la Catarata ha publicado Lingüística se escribe con A. La perspectiva de género en las ideas sobre el lenguaje (2021).