No centenário de nascimento da vedete e empresária Zaquia Jorge, Estrela de Madureira, de Marcelo Moutinho, nos conduz através de sua fascinante trajetória pelos palcos e bastidores do teatro de revista carioca dos anos 1950. No vibrante universo do teatro de revista do Rio de Janeiro, Zaquia Jorge no era apenas uma vedete; era a propria essencia do espetaculo. Nesta comovente biografia, Marcelo Moutinho desvenda os bastidores da vida de uma mulher que transcendeu o palco e tocou os coraçes do suburbio carioca, deixando sua marca indelevel na historia cultural do Brasil.Zaquia no se limitou aos aplausos e as luzes da ribalta: tornou-se empresaria ao fundar o Teatro Madureira, promovendo uma intensa cena cultural suburbana num contexto em que as cortinas se erguiam majoritariamente na zona sul da cidade. Seu legado ressoa tambem na democratizaço do acesso a cultura e a arte, uma verdadeira pioneira.A Vedete do Suburbio partiu precocemente, afogada no mar da Barra da Tijuca aos 33 anos. O samba "Madureira chorou" o maior sucesso do carnaval de 1958 tornou-se o lamento de uma cidade inteira, pela voz de Joel de Almeida. Em 1975, o Imperio Serrano dedicou seu samba-enredo a historia de Zaquia, tributo que perdura na memoria carnavalesca: "Zaquia Jorge, a vedete do suburbio, Estrela de Madureira".Marcelo Moutinho nos transporta para a vibrante atmosfera da decada de 1950 no Rio de Janeiro, entrelaçando os detalhes biograficos de Zaquia aos aspectos historicos e culturais marcantes da epoca. Alem de seu impacto nos palcos, ela encantou as telas do cinema nacional, participando de filmes que se tornaram classicos, como A baronesa transviada e Aguenta firme, Isidoro.Com textos de capa de Rachel Valença e Ruy Castro, e apresentaço de Luiz Antonio Simas, Estrela de Madureira tambem traz um encarte repleto de fotografias historicas, imortalizando momentos da vida da vedete, do Teatro Madureira e do emocionante desfile do Imperio Serrano em sua homenagem. Fruto de imensa pesquisa do autor, este livro no apenas reconstroi o extraordinario universo de Zaquia Jorge, mas tambem reclama a memoria publica de uma artista que ousou desafiar os padres da epoca, fazendo do suburbio carioca o palco de sua propria revoluço cultural. "A leitura do trabalho de Marcelo, agora concluido, me revelou algo que eu no sabia: o quanto o Teatro Madureira tornou Zaquia Jorge conhecida e querida pela gente do lugar. No houve exagero no samba Madureira chorou, lançado para o Carnaval de 1958, logo apos sua morte tragica." - Rachel Valença"Ao reconstruir a trajetoria de Zaquia, Moutinho acaba formando um mosaico em que aparecem Madureira, o teatro de revista brasileiro, as sociabilidades suburbanas, a musica, o cinema, a cidade e o protagonismo da mulher em uma sociedade e um ambiente em que a misoginia nadava de braçada. No bastasse isso, o livro retira e importante frisar do esquecimento a personagem que, apesar da vida curta, entranhou-se nas memorias do lugar, unindo o rigor historico, o dominio critico da bibliografia, e a escrita fluente do escritor premiado." - Luiz Antonio Simas
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